segunda-feira, 2 de maio de 2011

Tudo culpa do Bulying?


Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender.

Li várias matérias sobre esse assunto, é impressionante como depois que "jogaram" essa terminologia na mídia, tudo se caracteriza-se em bulying.

Quando que eu ia à escola, já presenciei várias atitudes de colegas que na época eram apenas tachados como alunos bagunceiros, levavam suspensão de 3 dias e depois voltavam a repetir as mesmas "brincadeiras de mal gosto" (era assim que falavam).

Atualmente, as escolas vem presenciando situações de violência que estão tomando proporções assustadoras em nossa sociedade. As situações de violência, anteriormente esporádicas, se tornaram uma constante em nossos dias.

Fante (2003, 2005) aponta que a violência escolar nas últimas décadas adquiriu crescente dimensão em todas as sociedades.

Conforme Fante (2003, 2005) e Lopes Neto (2005) os praticantes do bullying são conhecidos como autores agressores. Os alvos, as pessoas vitimizadas, geralmente sofrem as conseqüências do bullying e, na maioria das vezes são descritas como pouco sociáveis, inseguras, possuindo baixa auto-estima, quietas e que não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. De acordo com Lopes Neto (2005), Pizarro e Jiménez (2007) e Ramírez (2001) as testemunhas não participam diretamente em atos de bullying e geralmente se calam, por receio de tornarem-se as próximas vítimas.

Para Tognetta (2005), neste contexto de causadores e vítimas de bullying, ambos precisam de ajuda. Por um lado, as vítimas sofrem uma deterioração da sua auto-estima, e do conceito que tem de si, por outro, os agressores também precisam de auxílio, visto que sofrem grave deterioração de sua escala de valores e, portanto, de seu desenvolvimento afetivo e moral.

Enfim, parece que tudo hoje em dia está circulando sobre este fato chamado, bullying. Todos nós sabemos o que é o bullying e como ele é praticado. Agora, falar que tudo é culpa disso, que fulano matou porque sofreu bullying, que se não fosse isso todos estariam muito bem, é algo que me deixa ao ponto de sentir “chocada” com tamanho sensacionalismo em cima do tema.

Claro, que o bullying é uma prática perturbadora na vida de quem sofre. Mas, culpar isso pela morte de crianças na mente de um doente esquizofrênico sádico é algo que não tem como aceitar. Hoje em dia, se aceita tudo o que os outros façam desde que o bullying seja o culpado. Se alguém for à padaria comprar um pão e o atendente não quiser dar o troco para uma pessoa, a culpa é do bullying. Se uma mulher diz não ao noivo na hora do casamento, pode ser o bullying. Se o Rubens Barrichello ficar sempre nas últimas posições, deve ser ao fato de ter sofrido um bullying quando era criança (…).

Caminhando nesta linha de raciocínio, se uma pessoa matar 12 crianças inocentes em uma escola e ferir outras dezenas, deve ser culpa do bullying? Parece que algumas pessoas acreditam nisso, que matar alguém, tirar vidas inocentes, pode ter a culpa numa simples palavra, bullying.

É preciso entender, que a prática do bullying não faz ninguém matar alguém ( coisa que grande parte da mídia não separou ). Existem aqueles que sofrem por isso e procuram ajuda psicológica, para certamente se “livrarem” dos traumas. E, por contrapartida, existem estes que matam e fazem planos de cometerem chacinas por conta do bullying sofrido.

O que fica parecendo ao ver os noticiários, é que matar por bullying tem lá a sua explicação (…). Como assim, matar uma pessoa inocente agora possui teorias? Teorias por teorias, ficarei com a minha. Para mim, estes assassinos matam por covardia e sadismo. É um misto de pessoas com deturpações mentais e crueldade.

Referências:

Fante, C. A. Z. (2003). Fenômeno bullying: Estratégias de intervenção e prevenção entre escolares (uma proposta de educar para a paz). São José do Rio Preto, SP: Ativa.

Pizarro, H. C., & Jiménez, M. I. (2007). Maltrato entre iguales en la escuela costarricense. Revista Educación, 31(1), 135-144